quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Laço Branco: homens de Minas pelo fim da violência contra as mulheres
Homens comprometem-se a combater violência contra a mulher
Sessenta e cinco personalidades masculinas se engajaram na campanha "Laço Branco: homens de Minas pelo fim da violência contra as mulheres", lançada, na noite desta segunda-feira (6/12/10), em Reunião Especial de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Representantes de diversos setores da sociedade, eles receberam um laço branco, símbolo da campanha, e um diploma de cidadão-comprometido no combate à violência contra a mulher. A reunião foi requerida pela deputada Gláucia Brandão (PPS).
Promovida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e pelo Conselho Estadual da Mulher (CEM), a campanha integra um movimento mundial, surgido após o massacre de 14 mulheres, em 1989, numa sala de aula da Escola Politécnica, em Montreal (Canadá). Elas foram assassinadas por Marc Lepine, de 25 anos, que se suicidou após atirar nas alunas. Ele deixou uma carta justificando que cometeu o crime por não suportar mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino.
A tragédia mobilizou a opinião pública, e um grupo de homens canadenses resolveu lançar uma campanha para mostrar que repudiavam a discriminação e a violência contra a mulher. Desde então, o movimento espalhou-se pelo mundo. No Brasil, chegou em 1999 e, desde 2007, com a aprovação da Lei 11.489, a data de 6 de dezembro foi instituída como Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Deputada diz que há "batalhas a vencer"
Na Reunião Especial de Plenário desta segunda-feira, a deputada Gláucia Brandão e a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Carmen Rocha Dias, destacaram as conquistas femininas das últimas décadas, mas apontaram que ainda há muito a avançar nesse aspecto. "Restam muitas batalhas a vencer. Com certeza, uma das mais urgentes é a luta contra a violência doméstica", afirmou a deputada. "Apesar dos avanços, resiste o modelo de homem provedor. As desigualdades baseiam-se no poder exercido pelos homens e na subordinação das mulheres em todos os níveis", disse a presidente do CEM.
O 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Doutor Viana (DEM), que representou o presidente Alberto Pinto Coelho (PP), declarou que o compromisso desses 65 homens representa "intenso valor ético e relevante interesse social". "Não se pode tolerar uma perversa noção de amor que resulta na posse e anulação do outro", completou Doutor Viana, ele próprio agraciado com o laço branco e o diploma, assim como o deputado Almir Paraca (PT) e o vereador de Belo Horizonte e deputado estadual eleito Anselmo José Domingos (PTC).
Também fizeram discursos a deputada federal Jô Moraes (PCdoB), que disse que "a violência é a ruptura da felicidade no âmbito da família", e o chefe do Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família da Polícia Civil, Wellington Peres Barbosa, que convocou todos os homens presentes a se indignar com os atos de violência contra a mulher.
Também integraram a mesa da solenidade a subsecretária de Direitos Humanos do Estado, Maria Céres Spínola Castro, e a coordenadora estadual de Políticas Públicas para Mulheres, Eliana Piola. A reunião teve ainda a apresentação do poeta Tom Nascimento e a exibição de um vídeo sobre a história e o trabalho do Conselho Estadual da Mulher.
O Movimento Popular da Mulher participou da Reunião Especial. Estiveram presentesd a Presidente Bebela Ramos e a Secretária Geral Cláudia Pessoa.
Sessenta e cinco personalidades masculinas se engajaram na campanha "Laço Branco: homens de Minas pelo fim da violência contra as mulheres", lançada, na noite desta segunda-feira (6/12/10), em Reunião Especial de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Representantes de diversos setores da sociedade, eles receberam um laço branco, símbolo da campanha, e um diploma de cidadão-comprometido no combate à violência contra a mulher. A reunião foi requerida pela deputada Gláucia Brandão (PPS).
Promovida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e pelo Conselho Estadual da Mulher (CEM), a campanha integra um movimento mundial, surgido após o massacre de 14 mulheres, em 1989, numa sala de aula da Escola Politécnica, em Montreal (Canadá). Elas foram assassinadas por Marc Lepine, de 25 anos, que se suicidou após atirar nas alunas. Ele deixou uma carta justificando que cometeu o crime por não suportar mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino.
A tragédia mobilizou a opinião pública, e um grupo de homens canadenses resolveu lançar uma campanha para mostrar que repudiavam a discriminação e a violência contra a mulher. Desde então, o movimento espalhou-se pelo mundo. No Brasil, chegou em 1999 e, desde 2007, com a aprovação da Lei 11.489, a data de 6 de dezembro foi instituída como Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Deputada diz que há "batalhas a vencer"
Na Reunião Especial de Plenário desta segunda-feira, a deputada Gláucia Brandão e a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Carmen Rocha Dias, destacaram as conquistas femininas das últimas décadas, mas apontaram que ainda há muito a avançar nesse aspecto. "Restam muitas batalhas a vencer. Com certeza, uma das mais urgentes é a luta contra a violência doméstica", afirmou a deputada. "Apesar dos avanços, resiste o modelo de homem provedor. As desigualdades baseiam-se no poder exercido pelos homens e na subordinação das mulheres em todos os níveis", disse a presidente do CEM.
O 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Doutor Viana (DEM), que representou o presidente Alberto Pinto Coelho (PP), declarou que o compromisso desses 65 homens representa "intenso valor ético e relevante interesse social". "Não se pode tolerar uma perversa noção de amor que resulta na posse e anulação do outro", completou Doutor Viana, ele próprio agraciado com o laço branco e o diploma, assim como o deputado Almir Paraca (PT) e o vereador de Belo Horizonte e deputado estadual eleito Anselmo José Domingos (PTC).
Também fizeram discursos a deputada federal Jô Moraes (PCdoB), que disse que "a violência é a ruptura da felicidade no âmbito da família", e o chefe do Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família da Polícia Civil, Wellington Peres Barbosa, que convocou todos os homens presentes a se indignar com os atos de violência contra a mulher.
Também integraram a mesa da solenidade a subsecretária de Direitos Humanos do Estado, Maria Céres Spínola Castro, e a coordenadora estadual de Políticas Públicas para Mulheres, Eliana Piola. A reunião teve ainda a apresentação do poeta Tom Nascimento e a exibição de um vídeo sobre a história e o trabalho do Conselho Estadual da Mulher.
O Movimento Popular da Mulher participou da Reunião Especial. Estiveram presentesd a Presidente Bebela Ramos e a Secretária Geral Cláudia Pessoa.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Centrais participam de Encontro em Brasília contra a violência à mulher
24/11/2010
As seis centrais sindicais reconhecidas pelo governo federal (CTB, Força CGTB, UGT, CUT e Nova Central) se reuniram nesta quarta-feira (24), em Brasília, para participar, ao lado de diversos movimentos sociais de toda a América Latina, do Encontro Internacional das Mulheres e dar início a uma campanha nacional contra a violência de gênero.
O Encontro antecedeu o Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, marcado para esta quinta-feira, 25 de novembro. Essa data foi escolhida para homenagear as três irmãs Mirabal (Maria, Patria e Minerva), da República Dominicana, que, em 1960, durante a ditadura Trujillo, foram brutalmente assassinadas.
No Brasil, o Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra as Mulheres marcará o início de uma campanha em todos os estados do país, a ser realizada entre 25 de novembro e 10 de dezembro.
O Encontro foi acompanhado pela deputada federal Janete Pietá (PT-SP), coordenadora da bancada feminina da Câmara Federal, e também pela ministra de Políticas Públicas para Mulheres, Nilcéia Freire.
A CTB foi representada por sua secretária de Formação e Cultura, Celina Arêas. Ela definiu o Encontro como “vitorioso” e adiantou que a Central irá realizar, ao longo dos 15 dias de campanha, atos em todos os estados do país, como forma de conscientizar a classe trabalhadora sobre a realidade enfrentada pelas mulheres. “Nosso foco será sobre a questão do assédio moral. Iremos nos organizar em todo o país para massificar essa importante campanha”, declarou.
Leia abaixo o documento subscrito por todas as entidades que participaram do Encontro de Brasília:
Carta de Brasília
Na véspera do Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres nós, trabalhadoras dos países que constituem o Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), reunidas em Brasília, Distrito Federal do Brasil, reafirmamos a luta feminista por justiça, em defesa da igualdade entre homens e mulheres e pelo fim da violência contra as mulheres!
Apontamos a necessidade de construirmos um novo modelo de sociedade, onde a valorização do trabalho seja sinônimo de emancipação, e onde as mulheres tenham, além de autonomia econômica, autonomia sobre seus corpos.
Nossa situação é comum em todas as regiões do mundo. Os índices de violência contra as mulheres são alarmantes, nossa jornada de trabalho é cada vez maior, recebemos em média 30% a menos do que os homens, continuamos sendo as únicas responsáveis pela casa, pela família, pelo cuidado e educação dos filhos, além de ainda estarmos sub representadas nos espaços de poder e decisão.
As relações desiguais entre homens e mulheres e a construção social do gênero feminino como inferior ao gênero masculino sustentam a violência contra as mulheres. Como decorrência desta situação, todas as mulheres estão sujeitas a violência simplesmente por serem mulheres, e, por isso, chamamos de violência sexista.
No mundo, a cada cinco dias de falta da mulher ao trabalho, um é decorrente de violência sofrida no lar. Na América Latina e Caribe, a violência doméstica incide sobre 24% a 50% das mulheres. No Brasil, a cada 4 minutos uma mulher é agredida em seu próprio lar por uma pessoa com quem mantém relação de afeto. As estatísticas disponíveis e os registros nas delegacias especializadas de crimes contra a mulher demonstram que 70% dos incidentes acontecem dentro de casa e que o agressor é o próprio parceiro. Mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos.
Estes números revelam a urgência de uma política eficiente de combate à violência contra a mulher, que se constitui ao mesmo tempo num foco de resistência às transformações sociais de gênero e num grave entrave ao desenvolvimento pessoal das mulheres. Além dos agravos para a saúde física e mental, a convivência cotidiana em uma relação violenta mina a capacidade produtiva da mulher, seu desenvolvimento (em termos de educação e trabalho), sua qualidade de vida, sua auto-estima e o seu exercício da cidadania.
No mundo do trabalho, ao mesmo tempo em que cresce a participação das mulheres, persistem a segmentação das profissões por sexo e raça, além da desigualdade dos salários femininos em comparação aos masculinos. Crescem, entre as mulheres, o desemprego e as dificuldades de acesso à proteção social. A violência no trabalho também aparece de outras formas: assédio sexual por parte dos trabalhadores e dos empregadores; exigência de atestados de “não gravidez” como requisito à contratação; assédio moral e, de forma generalizada, as limitações para conciliar o trabalho com as responsabilidades com a família e a casa, devido à permanência da divisão desigual entre os gêneros.
Diante do exposto, denunciamos:
• A situação das mulheres no mercado de trabalho que apresenta características que se configuram em desigualdades. Os homens recebem 30% a mais que as mulheres em funções iguais (mesmo quando as mulheres têm mais escolaridade). As mulheres representam 70% dos excluídos da Previdência Social e são maioria entre os desempregados, além de serem maioria absoluta no mercado informal (aquele exercido de forma mais precária, sem direitos nem regulação). A discriminação no mercado de trabalho reflete-se também em outras práticas discriminatórias, como assédio moral e sexual.
• Todas as formas de violência contra as mulheres. Somos constantemente alvos da violência, que na maioria das vezes é praticada por pessoas próximas, com quem convivemos e nos relacionamos. Em março de 2009 fizemos uma manifestação na fronteira Brasil/Uruguai porque este é um local onde ocorrem muitos casos de violência, como estupros e agressões e, por ser um local de fronteira, os agressores acabam por ficar impunes. Neste dia 24 de novembro de 2010, voltamos a nos reunir em Brasília, para reivindicar o estabelecimento de um Pacto Regional de Enfrentamento à Violência, que faça valer as leis existentes e amplie o arcabouço jurídico dos países que ainda não tem instrumentos suficientes para coibir a violência e punir os agressores. Além disso, necessitamos enfrentar o turismo sexual e o tráfico de mulheres, a exploração sexual, a prostituição e o trabalho escravo e infantil.
Dentre as ações necessárias, propomos a efetiva implantação de Juizados Especiais de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica, a ampliação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, a criação e o fortalecimento de Redes de Atendimento às mulheres em situação de violência e a manutenção de Casas de Passagem.
É por isso que lutamos!
Por um outro MERCOSUL onde todas as mulheres possam viver livre da violência sexista!
Para superar as desigualdades de salário e de oportunidades entre homens e mulheres!
Pelo direito ao trabalho, com garantia de direitos trabalhistas e sociais estendida aos trabalhadores e trabalhadoras migrantes!
Por uma sociedade sem qualquer tipo de exploração e preconceitos, uma sociedade em que homens e mulheres possam viver com igualdade de oportunidades!
Neste sentido, nós, mulheres trabalhadoras do Cone Sul, vimos neste momento de luta do dia 25 de novembro, exigir dos Governantes de nossos países:
1. Criação e efetiva implementação das políticas de combate à violência contra as mulheres
2. Criação e fortalecimento de Redes de Atendimento às mulheres em situação de violência, incluindo os Juizados Especiais de Atendimento às Vítimas de Violência Domestica, as casas abrigo e as Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência (DEAM´S), com pleno funcionamento
3. Instituição de um protocolo de extradição comum para tratar dos casos de violência sexista nas áreas de fronteiras;
4. Instalação de uma Frente Parlamentar, no âmbito do MERCOSUL, para o Enfrentamento à Violência contra as mulheres.
5. Estabelecimento de um Pacto Regional do MERCOSUL de enfrentamento à violência;
6. Instalação de casas abrigo para mulheres vítimas de violência nas regiões de fronteira;
Seguiremos em nossa luta por igualdade, e exigimos de nossos Governos políticas de Estados para a efetiva garantia do direito de todas as mulheres a uma vida sem violência.
Não nos calaremos diante de manifestações de violência sexista – Violência Contra as Mulheres, Tolerância Nenhuma!
Comissão de Mulheres da Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul
Centrais Sindicais da Argentina:
CGT – Confederação Geral de Trabalhadores
CTA – Central de Trabalhadores da Argentina
Centrais Sindicais do Brasil:
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores Brasileiros
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT- Central Única dos Trabalhadores
Força Sindical
NCST – Nova Central Sindical dos Trabalhadores
UGT – União geral dos Trabalhadores
Centrais Sindicais do Chile:
CUT Chile – Central Unitária de Trabalhadores do Chile
CAT Chile – Central Autônomo dos Trabalhadores do Chile
Centrais Sindicais do Paraguai:
CUT A – Central Unitária de Trabalhadores Autêntica
CUT Paraguai – Central Única dos Trabalhadores do Paraguai
CTN Paraguai – Central de Trabalhadores
Central Sindical do Uruguai:
PIT/CNT – Plenária Intersindical de Trabalhadores
Movimentos Feministas:
Marcha Mundial das Mulheres
União Brasileira de Mulheres
Brasília 24 de novembro de 2010
Portal CTB
24/11/2010
As seis centrais sindicais reconhecidas pelo governo federal (CTB, Força CGTB, UGT, CUT e Nova Central) se reuniram nesta quarta-feira (24), em Brasília, para participar, ao lado de diversos movimentos sociais de toda a América Latina, do Encontro Internacional das Mulheres e dar início a uma campanha nacional contra a violência de gênero.
O Encontro antecedeu o Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, marcado para esta quinta-feira, 25 de novembro. Essa data foi escolhida para homenagear as três irmãs Mirabal (Maria, Patria e Minerva), da República Dominicana, que, em 1960, durante a ditadura Trujillo, foram brutalmente assassinadas.
No Brasil, o Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra as Mulheres marcará o início de uma campanha em todos os estados do país, a ser realizada entre 25 de novembro e 10 de dezembro.
O Encontro foi acompanhado pela deputada federal Janete Pietá (PT-SP), coordenadora da bancada feminina da Câmara Federal, e também pela ministra de Políticas Públicas para Mulheres, Nilcéia Freire.
A CTB foi representada por sua secretária de Formação e Cultura, Celina Arêas. Ela definiu o Encontro como “vitorioso” e adiantou que a Central irá realizar, ao longo dos 15 dias de campanha, atos em todos os estados do país, como forma de conscientizar a classe trabalhadora sobre a realidade enfrentada pelas mulheres. “Nosso foco será sobre a questão do assédio moral. Iremos nos organizar em todo o país para massificar essa importante campanha”, declarou.
Leia abaixo o documento subscrito por todas as entidades que participaram do Encontro de Brasília:
Carta de Brasília
Na véspera do Dia Internacional de Combate à Violência Contra as Mulheres nós, trabalhadoras dos países que constituem o Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), reunidas em Brasília, Distrito Federal do Brasil, reafirmamos a luta feminista por justiça, em defesa da igualdade entre homens e mulheres e pelo fim da violência contra as mulheres!
Apontamos a necessidade de construirmos um novo modelo de sociedade, onde a valorização do trabalho seja sinônimo de emancipação, e onde as mulheres tenham, além de autonomia econômica, autonomia sobre seus corpos.
Nossa situação é comum em todas as regiões do mundo. Os índices de violência contra as mulheres são alarmantes, nossa jornada de trabalho é cada vez maior, recebemos em média 30% a menos do que os homens, continuamos sendo as únicas responsáveis pela casa, pela família, pelo cuidado e educação dos filhos, além de ainda estarmos sub representadas nos espaços de poder e decisão.
As relações desiguais entre homens e mulheres e a construção social do gênero feminino como inferior ao gênero masculino sustentam a violência contra as mulheres. Como decorrência desta situação, todas as mulheres estão sujeitas a violência simplesmente por serem mulheres, e, por isso, chamamos de violência sexista.
No mundo, a cada cinco dias de falta da mulher ao trabalho, um é decorrente de violência sofrida no lar. Na América Latina e Caribe, a violência doméstica incide sobre 24% a 50% das mulheres. No Brasil, a cada 4 minutos uma mulher é agredida em seu próprio lar por uma pessoa com quem mantém relação de afeto. As estatísticas disponíveis e os registros nas delegacias especializadas de crimes contra a mulher demonstram que 70% dos incidentes acontecem dentro de casa e que o agressor é o próprio parceiro. Mais de 40% das violências resultam em lesões corporais graves decorrentes de socos, tapas, chutes, queimaduras, espancamentos e estrangulamentos.
Estes números revelam a urgência de uma política eficiente de combate à violência contra a mulher, que se constitui ao mesmo tempo num foco de resistência às transformações sociais de gênero e num grave entrave ao desenvolvimento pessoal das mulheres. Além dos agravos para a saúde física e mental, a convivência cotidiana em uma relação violenta mina a capacidade produtiva da mulher, seu desenvolvimento (em termos de educação e trabalho), sua qualidade de vida, sua auto-estima e o seu exercício da cidadania.
No mundo do trabalho, ao mesmo tempo em que cresce a participação das mulheres, persistem a segmentação das profissões por sexo e raça, além da desigualdade dos salários femininos em comparação aos masculinos. Crescem, entre as mulheres, o desemprego e as dificuldades de acesso à proteção social. A violência no trabalho também aparece de outras formas: assédio sexual por parte dos trabalhadores e dos empregadores; exigência de atestados de “não gravidez” como requisito à contratação; assédio moral e, de forma generalizada, as limitações para conciliar o trabalho com as responsabilidades com a família e a casa, devido à permanência da divisão desigual entre os gêneros.
Diante do exposto, denunciamos:
• A situação das mulheres no mercado de trabalho que apresenta características que se configuram em desigualdades. Os homens recebem 30% a mais que as mulheres em funções iguais (mesmo quando as mulheres têm mais escolaridade). As mulheres representam 70% dos excluídos da Previdência Social e são maioria entre os desempregados, além de serem maioria absoluta no mercado informal (aquele exercido de forma mais precária, sem direitos nem regulação). A discriminação no mercado de trabalho reflete-se também em outras práticas discriminatórias, como assédio moral e sexual.
• Todas as formas de violência contra as mulheres. Somos constantemente alvos da violência, que na maioria das vezes é praticada por pessoas próximas, com quem convivemos e nos relacionamos. Em março de 2009 fizemos uma manifestação na fronteira Brasil/Uruguai porque este é um local onde ocorrem muitos casos de violência, como estupros e agressões e, por ser um local de fronteira, os agressores acabam por ficar impunes. Neste dia 24 de novembro de 2010, voltamos a nos reunir em Brasília, para reivindicar o estabelecimento de um Pacto Regional de Enfrentamento à Violência, que faça valer as leis existentes e amplie o arcabouço jurídico dos países que ainda não tem instrumentos suficientes para coibir a violência e punir os agressores. Além disso, necessitamos enfrentar o turismo sexual e o tráfico de mulheres, a exploração sexual, a prostituição e o trabalho escravo e infantil.
Dentre as ações necessárias, propomos a efetiva implantação de Juizados Especiais de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica, a ampliação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, a criação e o fortalecimento de Redes de Atendimento às mulheres em situação de violência e a manutenção de Casas de Passagem.
É por isso que lutamos!
Por um outro MERCOSUL onde todas as mulheres possam viver livre da violência sexista!
Para superar as desigualdades de salário e de oportunidades entre homens e mulheres!
Pelo direito ao trabalho, com garantia de direitos trabalhistas e sociais estendida aos trabalhadores e trabalhadoras migrantes!
Por uma sociedade sem qualquer tipo de exploração e preconceitos, uma sociedade em que homens e mulheres possam viver com igualdade de oportunidades!
Neste sentido, nós, mulheres trabalhadoras do Cone Sul, vimos neste momento de luta do dia 25 de novembro, exigir dos Governantes de nossos países:
1. Criação e efetiva implementação das políticas de combate à violência contra as mulheres
2. Criação e fortalecimento de Redes de Atendimento às mulheres em situação de violência, incluindo os Juizados Especiais de Atendimento às Vítimas de Violência Domestica, as casas abrigo e as Delegacias Especializadas de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência (DEAM´S), com pleno funcionamento
3. Instituição de um protocolo de extradição comum para tratar dos casos de violência sexista nas áreas de fronteiras;
4. Instalação de uma Frente Parlamentar, no âmbito do MERCOSUL, para o Enfrentamento à Violência contra as mulheres.
5. Estabelecimento de um Pacto Regional do MERCOSUL de enfrentamento à violência;
6. Instalação de casas abrigo para mulheres vítimas de violência nas regiões de fronteira;
Seguiremos em nossa luta por igualdade, e exigimos de nossos Governos políticas de Estados para a efetiva garantia do direito de todas as mulheres a uma vida sem violência.
Não nos calaremos diante de manifestações de violência sexista – Violência Contra as Mulheres, Tolerância Nenhuma!
Comissão de Mulheres da Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul
Centrais Sindicais da Argentina:
CGT – Confederação Geral de Trabalhadores
CTA – Central de Trabalhadores da Argentina
Centrais Sindicais do Brasil:
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores Brasileiros
CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT- Central Única dos Trabalhadores
Força Sindical
NCST – Nova Central Sindical dos Trabalhadores
UGT – União geral dos Trabalhadores
Centrais Sindicais do Chile:
CUT Chile – Central Unitária de Trabalhadores do Chile
CAT Chile – Central Autônomo dos Trabalhadores do Chile
Centrais Sindicais do Paraguai:
CUT A – Central Unitária de Trabalhadores Autêntica
CUT Paraguai – Central Única dos Trabalhadores do Paraguai
CTN Paraguai – Central de Trabalhadores
Central Sindical do Uruguai:
PIT/CNT – Plenária Intersindical de Trabalhadores
Movimentos Feministas:
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