terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Laço Branco: homens de Minas pelo fim da violência contra as mulheres

Homens comprometem-se a combater violência contra a mulher
Sessenta e cinco personalidades masculinas se engajaram na campanha "Laço Branco: homens de Minas pelo fim da violência contra as mulheres", lançada, na noite desta segunda-feira (6/12/10), em Reunião Especial de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Representantes de diversos setores da sociedade, eles receberam um laço branco, símbolo da campanha, e um diploma de cidadão-comprometido no combate à violência contra a mulher. A reunião foi requerida pela deputada Gláucia Brandão (PPS).
Promovida pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) e pelo Conselho Estadual da Mulher (CEM), a campanha integra um movimento mundial, surgido após o massacre de 14 mulheres, em 1989, numa sala de aula da Escola Politécnica, em Montreal (Canadá). Elas foram assassinadas por Marc Lepine, de 25 anos, que se suicidou após atirar nas alunas. Ele deixou uma carta justificando que cometeu o crime por não suportar mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente masculino.
A tragédia mobilizou a opinião pública, e um grupo de homens canadenses resolveu lançar uma campanha para mostrar que repudiavam a discriminação e a violência contra a mulher. Desde então, o movimento espalhou-se pelo mundo. No Brasil, chegou em 1999 e, desde 2007, com a aprovação da Lei 11.489, a data de 6 de dezembro foi instituída como Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Deputada diz que há "batalhas a vencer"
Na Reunião Especial de Plenário desta segunda-feira, a deputada Gláucia Brandão e a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Carmen Rocha Dias, destacaram as conquistas femininas das últimas décadas, mas apontaram que ainda há muito a avançar nesse aspecto. "Restam muitas batalhas a vencer. Com certeza, uma das mais urgentes é a luta contra a violência doméstica", afirmou a deputada. "Apesar dos avanços, resiste o modelo de homem provedor. As desigualdades baseiam-se no poder exercido pelos homens e na subordinação das mulheres em todos os níveis", disse a presidente do CEM.
O 1º vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Doutor Viana (DEM), que representou o presidente Alberto Pinto Coelho (PP), declarou que o compromisso desses 65 homens representa "intenso valor ético e relevante interesse social". "Não se pode tolerar uma perversa noção de amor que resulta na posse e anulação do outro", completou Doutor Viana, ele próprio agraciado com o laço branco e o diploma, assim como o deputado Almir Paraca (PT) e o vereador de Belo Horizonte e deputado estadual eleito Anselmo José Domingos (PTC).
Também fizeram discursos a deputada federal Jô Moraes (PCdoB), que disse que "a violência é a ruptura da felicidade no âmbito da família", e o chefe do Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família da Polícia Civil, Wellington Peres Barbosa, que convocou todos os homens presentes a se indignar com os atos de violência contra a mulher.
Também integraram a mesa da solenidade a subsecretária de Direitos Humanos do Estado, Maria Céres Spínola Castro, e a coordenadora estadual de Políticas Públicas para Mulheres, Eliana Piola. A reunião teve ainda a apresentação do poeta Tom Nascimento e a exibição de um vídeo sobre a história e o trabalho do Conselho Estadual da Mulher.
O Movimento Popular da Mulher participou da Reunião Especial. Estiveram presentesd a Presidente Bebela Ramos e a Secretária Geral Cláudia Pessoa.

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