quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FELIZ A SEU MODO

Eu estava em plena adolescência quando assisti no cinema o filme "Mulher Nota 10" com uma estreante chamada Bo Derek. A comédia contava a história de um cantor que um dia viu uma loira espetacular vestida de noiva e ficou obcecado por ela. O que essa mulher tinha de nota 10? Que eu lembre, só um tremendo corpaço. Mas foi o que bastou para eu e mais umas tantas meninas da minha idade desejarem ser 10 também. Mal sabíamos que estava em curso uma revolução que iria nos exigir muito mais do que um corpaço: iria nos exigir independência financeira, atitude, cultura, talento, sucesso profissional, inteligência acima da média, um bom casamento, filhos notáveis, um farto círculo de amigos, um apartamento bem decorado, uma ótima mão para a cozinha, conhecimento sobre política, economia, artes plásticas, jardinagem e comércio exterior, máxima feminilidade, um guarda-roupa de matar de inveja, um rosto lisinho, um cabelo lisinho, dotes sexuais de humilhar o Kama Sutra e, claro, para agüentar o tranco, um corpo de parar o trânsito. Nem titubeamos. Parecia fácil. Daríamos conta. E demos.> Até que descobrimos que tínhamos tudo, menos a coisa mais importante do mundo: tempo! Não éramos mais donas dos nossos dias, viramos escravas da perfeição, passamos a buscar a nota 10 em todos os quesitos, feito uma escola de samba, e ganhamos o quê? Um stress gigantesco, aliado a uma certa frustração por não conseguir manter tudo no topo: o casamento, a profissão, os seios. Nunca mais uma escapada de três dias num sítio, nunca mais um matinê num dia da semana, nunca mais passar a tarde conversando na casa de uma amiga, nunca mais deitar no sofá enquanto ouvimos nossa música preferida. Tic, tac, tic, tac. Corra!> O Dia da Mulher foi inventado para lembrar que temos os mesmos direitos e a mesma capacidade que os homens. Proponho que aproveite-se esse dia, e esse mês, e o ano inteiro, para lembrar de outra coisa também: não estamos numa competição. Ninguém está nos avaliando. A intenção não é virar uma campeã, e sim desfrutar a delícia de ser uma mulher feliz, divertida e desestressada. Você lembra das garotas nota 10 da sua sala de aula? Umas chatas. Não aproveitavam a hora do recreio, não deixavam a blusa pra fora da saia, não matavam as aulas de religião, só pensavam em ser exemplares. Pois tiveram o mesmo fim da Bo Derek: nunca mais se ouviu falar delas.> Proponho uma pequena subversão nesse Dia da Mulher: seja exemplar pra você mesma e mais ninguém. Faça tudo o que deve fazer, mas também dedique-se ao lazer. Não brigue com o espelho: ter saúde é a beleza necessária. Trabalhe no que lhe dá gosto, aprenda a dizer não, invente sua própria maneira de ser, e se for gorda, fumante, esquisita e sozinha, qual o problema? Aliás, sendo você mesma, dificilmente ficará sozinha. Homem gosta de mulher autêntica, artigo em extinção no mercado.> Depois da revolução feminista, que tantos benefícios nos proporcionou, está na hora de nos rebelarmos contra a tirania de sermos nota 10 e procurar se contentar - ficar contente mesmo! - com uma nota sete, oito, oito e meio. Já é suficiente pra passar de ano e nos dará tempo de sobra para buscar uma vida mais alegre e descomplicada. Nada mais revitalizante do que se permitir errar de vez em quando e não se condenar por causa disso. Abaixo a mulher nota 10, é hora e vez das mulheres imperfeitas, infinitamente mais felizes e reais.

"Martha Medeiros, escritora, colunista dos jornais O Globo e Zero Hora, 18 livros publicados, entre eles os romances "Divã" e "Tudo que eu queria te dizer".

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

NADA À DECLARAR

NADA À DECLARAR:
Um dia, ele chegou tão sério... como quem, aéreo, pousa sem pousar...Sequer reparou a surpresa: a mesa, à luz de velas, posta, a esperar.Mas ela, desacompanhada, ficou tão frustrada que não quis jantar...Apenas apagou as velas, guardou as panelas e dormiu calada...
Um dia, ele chegou mais tarde... deu o ar da graça já de madrugada...E ela, ainda acordada, o recebeu em casa sem fazer alarde...Mas se esperou com paciência, uma delicadeza, uma gentileza, um beijo,Cumprimentou a indiferença, sorriu à frieza e calou seu desejo!Um dia, ele chegou mais cedo... ele chegou bem antes do que de costumecismou que ela tivesse amante e preparou flagrante e demonstrou ciúme...e revirou os seus armários, leu os seus diários, queimou seus poemas...-Ela chorou, contrariada mas, não disse nada... -Não valia a pena!...Um dia, ele chegou drogado ou embriagado e pôs-se a reclamarda sua vida de casado e espancou a esposa e destruiu o lar...Jogou comida pelo chão, partiu louça por louça em mais de mil pedaços(ela abaixou, catou os cacos... sem dizer palavra, sem ter reação!...)
Um dia, ele surgiu do nada e sóbrio o bastante para lhe cobraros seus "direitos de marido" e rasgou seu vestido e quis impor, forçare fez propostas indecentes sem querer respostas pois, não deu ouvidosquando ela até tentou dizer: "É dor e não prazer a causa dos gemidos!"E logo no dia seguinte, tal era o requinte dessa crueldade,que a vizinhança, indignada, e, há muito, inconformada de ser só ouvinte,interferiu: "Quanta arrogância!!!" e fez uma denúncia às autoridadesmas, ela fez sua renúncia: usou de tolerância... usou de piedade...Um dia, ele chegou da praça, fazendo ameaças à ela, às crianças...E, outra vez, a vizinhança, à ela, propícia, quis dar segurança:chamou polícia e ambulância e, ela, interrogada por policiais,usufruiu do seu direito de ficar calada e de sofrer em paz!
Um dia, ele surgiu, sem jeito, para visitá-la em um hospital...Se disse o tal esse sujeito... "Sou mais que perfeito... Eu, certo... Ela, errada!”Bem feito pelos seus defeitos! É tão descuidada! Foi um acidente!Caiu da escada novamente!... E ela ouviu calada e, quem cala, consente!Até que, um dia, afinal, ele chegou nervoso e procurando briga...Dizendo que "EM BOCA FECHADA JAMAIS ENTRA MOSCA..." (Mas entra formiga!)E eis que, em respeito ao luto -ou por ironia- mandaram calar!...Pediram a todos um minuto... de absoluto silêncio no ar!...Um dia ele sumiu do mapa e já fazia tempo que estava sumido...O caso até foi arquivado e ele até foi dado como foragido...E agora que ela jaz calada em um cemitério, ele voltou sem medo... O caso ainda é um mistério... Ela guardou segredo... Ela não diz mais nada!...

Ivone Mendes

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

CAPACITAÇÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA

Em 13 de outubro de 2009, representantes da sociedade civil e profissionais da área de segurança pública, com o apoio estrutural da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, iniciaram a construção do ESPASSO CONSEG - Estado, Profissionais da Área de Segurança e Sociedade Organizados por um Brasil Melhor! - uma ação integrada que pretende acompanhar e realizar, junto aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a implementação dos princípios e das diretrizes aprovados na 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública - 1ª CONSEG, para que os mesmos não fiquem apenas no papel, como tem acontecido, sistematicamente, com deliberações de conferências e congressos anteriores. Para identificar, mobilizar e engajar pessoas, físicas e jurídicas, públicas e privadas, e capacitá-las a utilizarem nossas ferramentas e metodologia de comunicação e articulação, estaremos realizando, no próximo dia 09 de fevereiro de 2010, das 8 às 18 horas, no auditório do LACES JK/SESC-MG, na Rua dos Caetés, 603, Centro, em Belo Horizonte/MG, a 1ª Capacitação de Multiplicadores do ESPASSO CONSEG.Assim, estamos buscando apoio de cada cidadão mineiro, para fazer chegar nosso convite às mãos de integrantes de entidades, movimentos sociais, associações comunitárias, de classe, religiosas e esportivas, entre outros, para que aqueles que se interessarem em estar conosco, possam participar das reuniões dos Colegiados dos Municípios, dos Conseps e das Guardas Municipais, que acontecerão durante a 1ª Capacitação de Multiplicadores do ESPASSO CONSEG. Estamos solicitando, também, apoio com a divulgação deste Evento, através da colocação de banners nos sites institucionais dos parceiros, impressão e distribuição de cartazes, postagem em grupos e listas de discussão, no orkut e sites de relacionamentos.Foram disponibilizadas trezentas (300) vagas e as inscrições já estão abertas no site http://espasso. mecamob.com Assim, contamos com sua colaboração nesta empreitada. Comissão Executiva do ESPASSO CONSEG Dra. Sandra Mara Albuquerque Bossio31 3422.9769 / 31 9235.8388

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Projeto altera Lei Maria da Penha....

AGÊNCIA CÂMARA2/01/2010 10:0Projeto altera Lei Maria da Penha para acelerar combate a agressão contra mulher.
Luiz Xavier
Capitão Assumção quer reduzir prazos para a adoção de medidas contra o agressor.Tramita na Câmara o Projeto de Lei 6340/09, do deputado Capitão Assumção (PSB-ES), que modifica a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) para acelerar a adoção de medidas urgentes em casos de violência contra a mulher.O projeto reduz de 48 para 24 horas o prazo dado à autoridade policial para enviar ao juiz o pedido da mulher ofendida, com vistas à concessão de medidas protetivas de urgência. Segundo a proposta, o juiz também terá 24 horas (e não mais 48) para adotar as providências cabíveis.O deputado afirma que alguns agressores, mesmo após denunciados, voltam em pouco tempo a cometer atos de violência, inclusive com mais raiva, e chegam a atentar contra a vida da vítima."Os prazos, muitas vezes, podem decidir a vida de alguém, pois a vítima fica à espera das medidas de urgência do juiz", argumenta o autor do projeto.Justiça lentaSegundo o deputado, a redução dos prazos das medidas judiciais visa a resguardar vidas e obter, com menos tempo, medidas necessárias contra o autor das agressões. "Assim, ele não terá tempo de voltar com o intuito de se vingar", prevê.Capitão Assumção cita como exemplo o caso de uma jovem recepcionista de academia, em São Paulo, assassinada pelo ex-namorado em janeiro de 2009. A jovem havia registrado quatro boletins de ocorrência e dois termos circunstanciados contra o acusado, mas isso não foi suficiente para barrar o agressor.TramitaçãoO projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:PL-6340/2009Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro Edição - Pierre Triboli

Balanço do SPM

SPM divulga balanço de 2009 do Ligue 180 25/01/2010 - 18:00
Foram registrados de janeiro a dezembro do ano passado 401.729 atendimentos, um aumento de 49% em relação ao ano de 2008 (269.977)
A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), registrou 401.729 atendimentos, de janeiro a dezembro de 2009 - um aumento de 49% em relação ao ano de 2008 (269.977). Parte significativa desse total deve-se à busca por informações sobre a Lei Maria da Penha, que registrou, 171.714 atendimentos, contra 117.546, em 2008, crescimento correspondente a 47%.
Dos 40.857 relatos de violência, a maioria dos agressores são os próprios companheiros. Do total desses relatos, 22.001 foram de violência física; 13.547 de violência psicológica; 3.595 de violência moral; 817 de violência patrimonial; 576 de violência sexual; 120 de cárcere privado; 34 de tráfico de mulheres; 8 de negligência; e 154 outros. Na maioria das denúncias/relatos de violência registrados no Ligue 180, as usuárias do serviço declaram sofrer agressões diariamente (70%).
De acordo com a ouvidora da SPM, Ana Paula Gonçalves, a veiculação em rede nacional da campanha institucional 'Uma vida sem violência é um direito de todas as mulheres', lançada em novembro passado para divulgar o Ligue 180, é um dos responsáveis pelo aumento na demanda, junto a maior divulgação da Lei Maria da Penha.
Melhorias tecnológicas e capacitação dos atendentes também são apontadas como motivos para o acréscimo nos atendimentos da Central. No ano passado, ao completar quatro anos de funcionamento, o Ligue 180 teve sua estrutura de atendimento ampliada, passando de 20 para 50 pontos de atendimento. A Central também passou a funcionar por meio da tecnologia VOIP - Transferência Direta de Chamadas -, que permite sistematizar automaticamente os dados das chamadas recebidas (data, local de origem, hora e duração da chamada).
Chamada Ativa - Foi implementado, ainda, o sistema de "chamada ativa", para a geração de chamadas a partir da Central, viabilizando o acompanhamento das denúncias junto aos órgãos a que estas foram encaminhadas, bem como o monitoramento da Rede Especializada de Atenção à Mulher Vítima de Violência (DEAMs, Centros de Referência, Casas Abrigo, Juizados Especializados, Defensorias da Mulher). Para tanto, a Central contará com 60 canais para geração de chamadas.
Criada em 2005 pela SPM e parceiros, a Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 é um serviço de utilidade pública que presta informações e orientações sobre onde às mulheres podem recorrer caso sofram algum tipo de violência. O atendimento funciona 24 horas, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados.

Reportagem Jornal Estado de Minas

ESTADO DE MINAS (Nacional) - terça-feira 26 de janeiro de 2010 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - Grito contra a impunidadePedro Ferreira
Sidney Lopes/EM/D.A Press
Integrantes de movimentos populares promoveram ato de indignação na Praça Sete, em BH, contra agressões
Dezenas de mulheres ocuparam na manhã de ontem a Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, indignadas com o assassinato da cabeleireira Maria Islaine de Morais, de 31 anos. Na quarta-feira, ela foi executada com nove tiros pelo ex-companheiro, o borracheiro Fábio Willian Silva Soares, de 30, quando trabalhava no seu salão de beleza, no Bairro Santa Mônica, Região de Venda Nova. O crime foi registrado por câmeras instaladas pela própria vítima, que havia um ano vinha sendo ameaçada de morte pelo suspeito. O advogado Ércio Quaresma entrou ontem à tarde com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça para libertar o borracheiro, preso no Ceresp São Cristóvão.
O que levou as mulheres à Praça Sete, no entanto, foi o fato de a vítima ter registrado oito queixas na Polícia Civil contra o ex-marido, que chegou a ser enquadrado na Lei Maria da Penha e proibido pela Justiça de se aproximar por 200 metros da vítima, mas nada foi feito para salvar a vida da cabeleireira.
Segundo o Movimento Popular da Mulher e a União Brasileira de Mulheres, organizadores do Ato de Indignação contra o Assassinato de Mulheres, no ano passado a Polícia Civil registrou 15.437 queixas de agressões e ameaças na capital, bem mais do que em 2008, que teve 11.505 denúncias, e 2007, com 10.851 ocorrências. As manifestantes simularam um velório na Praça Sete, usando uma boneca. Elas cobriram os rostos com um véu negro, simbolizando o luto pelas várias vítimas que perderam a vida barbaramente.
No ano passado, segundo a Divisão de Crimes contra a Vida, 23 mulheres foram mortas em BH vítimas de crimes passionais. Foram assassinadas na capital 66 mulheres em 2009, o equivalente a 8,1% de um total de 721 homicídios. Em 2008, segundo o chefe da Divisão de Crimes contra a Vida, delegado Wagner Pinto de Souza, dos 844 homicídios, 66 eram de mulheres (7,8%). Em 2007, foram 998 pessoas assassinadas, das quais 81 mulheres (8%).
Há nove meses, a dona de casa Maria dos Anjos Portela, de 55, tenta esclarecer o mistério envolvendo o brutal assassinato da filha, a operadora de telemarketing Telma Portela da Silva, de 35, mãe de um adolescente de 12. O corpo de Telma foi achado em Juatuba, na Grande BH. Ela morava sozinha e saiu de casa para ir a um salão de beleza, no Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha, em BH. “Ela saiu do salão dizendo que ia se encontrar com o namorado, pegou um táxi e voltou para casa. Não sabemos com quem ela saiu de casa”, disse Maria dos Anjos. Segundo ela, a perícia constatou que usaram um objeto cortante para matar sua filha, como uma faca, facão ou foice.
A aposentada Maria da Glória Silva, de 61, do Bairro Lagoa, em Venda Nova, conta que passou 27 anos sendo agredida pelo marido. Ontem, ela foi à Praça Sete para conscientizar outras vítimas da violência doméstica. “Achava que um dia ele fosse parar de me agredir, mas isso não ocorreu. Quando eu vi que ia adoecer, procurei a Defensoria Pública e me separei dele. Há 11 anos, consegui a minha liberdade”, disse. A costureira Ilda Maria de Oliveira, de 69, conta que um ano depois de se casar começou a ser espancada pelo marido. “Ia à delegacia me queixar e eles ficavam rindo da minha cara. Não me esqueço disso. Depois, me separei do marido”, disse a costureira.
Homem detido por maus-tratos
Policiais militares do 39º Batalhão prenderam ontem o vendedor de salgados José Geraldo de Paula, de 45 anos, acusado de manter a mulher, Solange dos Santos Nascimento de Paula, de 30, em cárcere privado, há quase dois anos, numa casa alugada no Bairro Eldorado, em Contagem, na Grande BH. Muito magra e debilitada, a mulher foi levada com quadro grave de desidratação e anemia para o Hospital Municipal de Contagem. Ela não confirmou à polícia que era mantida trancada pelo marido. José Geraldo foi ouvido na 6ª Delegacia Seccional e, segundo o delegado Vitor Kildare Viana Perdigão, ele seria enquadrado no crime de maus-tratos, com omissão de socorro, com pena prevista de três meses a um ano de prisão. O suspeito disse que chegou a marcar uma consulta para Solange, no dia 4, mas ela se recusou a ir ao hospital.

Reportagem do Jornal Hoje em Dia

Mulheres realizam manifestação em defesa da Lei Maria da Penha
Indignadas com a não aplicação da lei 11.340/06, representantes dos direitos femininos fizeram protesto na Praça 7
Mateus Parreiras - Repórter - 25/01/2010 - 14:47
Maurício de Souza

Manifestantes simularam um funeral, velando o corpo de um boneco na Praça 7
Indignadas com a não aplicação da Lei Maria da Penha (11.340/06), que impõe medidas de proteção a mulheres ameaçadas, como a cabeleireira Maria Islaine de Morais, 31 anos, morta pelo ex-marido na última quarta-feira (20), representantes dos direitos femininos fizeram nesta segunda-feira (25) protesto na Praça 7.

De acordo com dados da delegacia de mulheres de Belo Horizonte, as ocorrências com vítimas femininas cresceram 42,2% na capital desde 2007, quando a Lei Maria da Penha começou a vigorar. Foram 10.851 registros naquele ano contra 15.437 no ano passado. O aumento foi de 34,1% ante os números de 2008, quando foram instaurados 11.505 procedimentos. Apenas 300 suspeitos foram detidos em flagrante pelas agressões ou por violarem decisões judiciais em 2009.
Em meio a dezenas de pessoas, as manifestantes usaram véus negros sobre as cabeças. Simularam o funeral de uma mulher, velando o corpo de um boneco que teve o rosto tampado por jornais com matérias de vários assassinatos. Recitaram uma oração contra a opressão masculina e o descaso com que as autoridades trataram as oito denúncias de ameaças contra Maria Islaine e as determinações de proteção da Justiça.
O ato foi liderado pela deputada federal pelo PC do B, Jô Morais, e representantes da União Brasileira de Mulheres (UBM) e Movimento Popular da Mulher (MPM). “Não acredito mais em Justiça. Em 10 de abril do ano passado minha filha foi assassinada. Enfiaram uma faca ao lado do olho direito dela e fizeram um corte de 15 centímetros na parte esquerda da testa. Ninguém foi preso e só soube que ela sairia naquele dia com o namorado”, protestava a dona de casa Maria dos Anjos Portela, 55 anos, mãe da operadora de telemarketing Telma Portela da Silva, 35 anos, vítima da violência que participou da manifestação.
De acordo com a deputada Jô Morais, o próximo passo é a marcação de duas reuniões. A primeira delas com o chefe da Polícia Civil, delegado Marco Antônio Monteiro, e uma outra com o desembargador presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Sérgio Antônio Resende. “Temos uma posição muito clara. A Lei não é frágil. O que tem faltado são o Estado e a Justiça aplicarem-na. Vamos conversar com o delegado para saber se há necessidade de mais verbas ou outros recursos para que a segurança das medidas protetivas seja mais efetiva e também do TJMG para saber por que as decisões não são tomadas com rapidez”.

Para a presidente do MPM, Maria Isabel (Bebela) Ramos Siqueira, há falta de efetivo para a quantidade de denúncias e isso incentiva a impunidade. “São apenas cinco delegadas especializadas, para um volume de 15.437 inquéritos registrados no ano passado”, acredita.

Protesto

Onde o sistema falhou? Esta é a pergunta que a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG), a presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), Maria Bebela Ramos Siqueira, e as dirigentes do Movimento Popular da Mulher (MPM), Carmélia Viana e Ivone Mendes tentam responder no caso do assassinato da cabeleireira Maria Islaine de Morais pelo ex-marido, o borracheiro Fábio Willian Soares na última quarta-feira, 20, no bairro Santa Mônica, na região de Venda Nova. O fato é que a cabeleireira tinha registrado oito boletins de ocorrência contra o ex-marido por agressão; instalado câmeras de vídeo para registrar os ataques contra si e seu estabelecimento, tentando ainda afastá-lo, com tal providência. Além disso, seu advogado já havia pedido a prisão preventiva deste, que também não respeitava o limite mínimo de distância da ex-mulher determinada pela justiça. Para encontrar a resposta, Jô Moraes, Maria Bebela, Carmélia Viana e Ivone Mendes foram hoje (22) à Delegacia de Mulheres e na próxima semana deverão se reunir com o delegado chefe da Polícia Civil; Marco Antônio Monteiro, e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Sérgio Resende. “Nosso propósito não é encontrar culpados, mas ajudar a corrigir falhas e impedir novas execuções de mulheres por homens violentos, inconformados com a separação e que sequer cumprem as determinações das autoridades judiciais e policiais”. Descentralização A criação do Juizado Especial de Mulheres, previsto pela Secretaria Especial de Políticas Publicas para as Mulheres e que deveria funcionar no Centro Integrado da Mulher (CIM) é outro propósito. O Juizado agilizaria a tramitação e solução dos processos. Embora considere um avanço, o trabalho integrado de apoio e assistência à mulher, no CIM, Jô Moraes diz que no tocante à delegacia de mulheres, o ideal seria a descentralização, atendendo as vítimas o mais próximo de suas residências. Razão de defender a criação de delegacias especializadas nas diversas regiões da cidade. Ela conta que tem noites em que a Delegacia de Mulheres recebe até nove ocorrências de flagrante, ou seja, de homens presos e conduzidos ao local por agredir mulheres. À noite é o período em que mais ocorrem agressões às mulheres. A preservação e divulgação da Lei Maria da Penha é outro objetivo da parlamentar e das instituições de defesa da mulher, por considerá-la uma conquista da luta de emancipação da mulher. Desde a sanção da lei tem sido crescente o número de ocorrências registradas na Delegacia de Mulheres. Em 2007 foram 10.851; em 2008 11.505 e em 2009, 15.437 denúncias só em Belo Horizonte. As entidades representativas de mulheres realizam um Ato Público Unificado de Indignação e Pesar em memória de Maria Islaine de Morais e de outras tantas mulheres barbaramente assassinada por seus maridos e/ou companheiros em Belo Horizonte região metropolitana. Foto: Graça Borges Ivone, Bebela, Jô e Carmélia na porta da Delegacia de Mulheres

Cine Clube

Dia 9 – terça-feira – 19 horas - As Férias do Sr. HulotDireção: Jacques Tati – França (1953) - 114 minutosHulot sai de férias para um hotel na praia, mas sua chegada transtorna a vida dos veranistas, pois não há ninguém como ele para provocar confusão. Suas melhores intenções se transformam em desastres que só o seu otimismo permite suportar alegremente. Apesar das confusões, ele consegue despertar simpatia, admiração e amizade. O filme recebeu o Grande Prêmio da Crítica Internacional no Festival de Cannes e o Prêmio Louis Delluc, em 1953.Debatedor: a confirmar
Dia 23 – terça-feira – 19 horas – Entre os muros da escolaDireção: Laurent Cantet – França (2008) - 128 minutos Início das aulas. Tudo seria normal se a escola não estivesse em um bairro cheio de conflitos. Os mestres querem oferecer uma educação de qualidade aos seus alunos, mas devido às diferenças culturais - microcosmo da França contemporânea -, esses jovens podem acabar com todo o entusiasmo. François quer surpreender os jovens, ensinando o sentido da ética, mas eles não parecem dispostos a aceitar os métodos propostos. O filme foi vencedor do Palma de Ouro no Festival de Cannes 2008.Debatedor: Gilson Reis - Presidente do Sinpro Minas e da CTB Minas

Haiti

Comitê Mineiro de Apoio ao Haiti é lançado em Belo Horizonte
Em solidariedade ao povo haitiano, o Sinpro Minas e entidades de diversos segmentos sociais, como o Movimento dos Sem-Terra (MST), o Movimento Popular de Mulheres (MPM) e a União Estadual dos Estudantes (UEE), lançaram o Comitê Mineiro de Apoio ao Haiti, nesta sexta-feira (29/1), em Belo Horizonte, para recolher doações de roupas e calçados.
Professores, estudantes, jornalistas e outros representantes da sociedade civil participaram do ato, que exibiu um vídeo contendo trechos da realidade vivida no país. Para Vanderlei Martini, da coordenação nacional do MST, é essencial que o Brasil e os outros países envolvidos no processo de reconstrução do Haiti deem condições para que o povo possa se reerguer. Segundo ele, neste momento é necessário doar o básico para a sobrevivência, como roupas e alimentos, mas em seguida “devemos dar apoio político sem ingerência para que a democracia se estabeleça”.
De acordo com o presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis, a campanha integra os vários esforços que têm sido feitos por diversos países, entidades e cidadãos para ajudar a reconstruir o país. Ele explicou que as doações são para uma fase posterior, quando o país tiver refeito parte de sua infra-estrutura e alcançado a estabilidade. “Precisamos também exigir que os governos de todo o mundo, principalmente os países imperialistas, empenhem esforços para reconstruir o Haiti com dignidade”, afirmou Gilson Reis. As roupas e calçados podem ser entregues às entidades que compõem o Comitê, como o Sinpro Minas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG), o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Minas Gerais (Sinttel), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB/Minas), o DCE da UFMG, entre outras. Em breve, o Sinpro Minas divulgará a relação completa dos locais que estarão recebendo as doações. Sede Sinpro MinasRua Jaime Gomes, 198, Bairro Floresta – Belo HorizonteEmail: sinprominas@sinprominas.org.br Fone: (31) 3115-3000

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