MPM BH: Protesto

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Protesto

Onde o sistema falhou? Esta é a pergunta que a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG), a presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), Maria Bebela Ramos Siqueira, e as dirigentes do Movimento Popular da Mulher (MPM), Carmélia Viana e Ivone Mendes tentam responder no caso do assassinato da cabeleireira Maria Islaine de Morais pelo ex-marido, o borracheiro Fábio Willian Soares na última quarta-feira, 20, no bairro Santa Mônica, na região de Venda Nova. O fato é que a cabeleireira tinha registrado oito boletins de ocorrência contra o ex-marido por agressão; instalado câmeras de vídeo para registrar os ataques contra si e seu estabelecimento, tentando ainda afastá-lo, com tal providência. Além disso, seu advogado já havia pedido a prisão preventiva deste, que também não respeitava o limite mínimo de distância da ex-mulher determinada pela justiça. Para encontrar a resposta, Jô Moraes, Maria Bebela, Carmélia Viana e Ivone Mendes foram hoje (22) à Delegacia de Mulheres e na próxima semana deverão se reunir com o delegado chefe da Polícia Civil; Marco Antônio Monteiro, e o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Sérgio Resende. “Nosso propósito não é encontrar culpados, mas ajudar a corrigir falhas e impedir novas execuções de mulheres por homens violentos, inconformados com a separação e que sequer cumprem as determinações das autoridades judiciais e policiais”. Descentralização A criação do Juizado Especial de Mulheres, previsto pela Secretaria Especial de Políticas Publicas para as Mulheres e que deveria funcionar no Centro Integrado da Mulher (CIM) é outro propósito. O Juizado agilizaria a tramitação e solução dos processos. Embora considere um avanço, o trabalho integrado de apoio e assistência à mulher, no CIM, Jô Moraes diz que no tocante à delegacia de mulheres, o ideal seria a descentralização, atendendo as vítimas o mais próximo de suas residências. Razão de defender a criação de delegacias especializadas nas diversas regiões da cidade. Ela conta que tem noites em que a Delegacia de Mulheres recebe até nove ocorrências de flagrante, ou seja, de homens presos e conduzidos ao local por agredir mulheres. À noite é o período em que mais ocorrem agressões às mulheres. A preservação e divulgação da Lei Maria da Penha é outro objetivo da parlamentar e das instituições de defesa da mulher, por considerá-la uma conquista da luta de emancipação da mulher. Desde a sanção da lei tem sido crescente o número de ocorrências registradas na Delegacia de Mulheres. Em 2007 foram 10.851; em 2008 11.505 e em 2009, 15.437 denúncias só em Belo Horizonte. As entidades representativas de mulheres realizam um Ato Público Unificado de Indignação e Pesar em memória de Maria Islaine de Morais e de outras tantas mulheres barbaramente assassinada por seus maridos e/ou companheiros em Belo Horizonte região metropolitana. Foto: Graça Borges Ivone, Bebela, Jô e Carmélia na porta da Delegacia de Mulheres

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FELIZ DIA DAS MULHERES

Saber Viver

Cora Coralina

Não sei... Se a vida é curta

Ou longa demais pra nós,

Mas sei que nada do que vivemos

Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe,

Braço que envolve,

Palavra que conforta,

Silêncio que respeita,

Alegria que contagia,

Lágrima que corre,

Olhar que acaricia,

Desejo que sacia,

Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,

É o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela

Não seja nem curta,

Nem longa demais,

Mas que seja intensa,

Verdadeira, pura... Enquanto durar.

Uma palestra com Gilse Cosenza

Inicia sua fala fazendo um resgate do final dos anos 80.
Ela observa que, na ocasião, apesar do esforço sobre-humano devido às múltiplas jornadas, as mulheres conseguiam participar dos Fóruns e marcar presença nos espaços de debates.
Entretanto, havia Movimentos que criavam um falso antagonismo entre a “luta específica das mulheres “ ( que seria a luta feminista) e a “luta geral dos trabalhadores e do povo brasileiro” (que seria a luta política)
Relata que ela própria fora acusada de não ser feminista por ser política.
E observa ainda que a opressão da mulher coincide com a opressão de classes.
O Capitalismo, que, por um lado, parece propiciar condições à mulher através de sua inserção no Mercado de Trabalho, por outro, não lhe proporciona as devidas condições, além de explorar e desvalorizar sua força, remunerando-a com salários inferiores aos salários dos homens que ocupam cargos iguais.
Ou seja: O Capitalismo apenas retirou a mulher do espaço doméstico ao qual estava anteriormente confinada para submetê-la a espaços públicos deformados, sem a devida garantia de direitos. Direitos esses que são de responsabilidade do Estado.
Por sinal, o Capitalismo neoliberal já provou ser anti-feminista devido aos cortes nos investimentos voltados aos interesses da mulher, portanto, do ponto de vista prático, essa questão ainda não está resolvida e são muitos os desafios colocados para a mulher no campo do trabalho.
Os partidos políticos, por sua vez, fazem parte da Sociedade. São formados por pessoas que trazem para dentro deles tanto visões acertadas quanto equivocadas e estão sempre em processo de construção.
No 12º Congresso do PCdoB, nós, mulheres, estaremos enfrentando o desafio de debater e enriquecer as teses , que já trazem em seu conteúdo o reconhecimento da luta pela emancipação da mulher como parte da luta política atual e da luta pelo socialismo. E devemos também voltar a debater nossa Plataforma de Luta já colocada pela Conferência Nacional sobre a Mulher.
Nesta há sete itens essenciais a serem debatidos:
01-A valorização do trabalho da mulher
02-O combate à todas as formas de violência contra a mulher em todos os âmbitos (doméstico, urbano, no trabalho e na mídia)
03-A ampliação dos Direitos Humanos
04-A promoção dos Direitos de Cidadania
05-A promoção de Políticas Públicas nos âmbitos Nacional, Estadual e Municipal
06-O desafio de promover o protagonismo da mulher dentro das políticas de cota e dos espaço públicos
07-O combate a todas a formas de preconceitos e discriminações contra a mulher
Ressalta que apesar de nós, mulheres, somarmos mais da metade da população brasileira (54.8%), a luta pelos direitos das mulheres precisa ser encarada como um compromisso de todos e não apenas sob o ponto de vista social mas também político e econômico, caso contrário, não chegaremos a lugar nenhum.
Relata que, certa vez, questionada sobre sua atuação na luta contra a Ditadura, respondeu que ao se comprometer com a luta, o fez disposta a tudo em prol da soberania do país. E completa:
Nada se consegue sem alianças. É preciso unir forças em torno dos mesmos objetivos e levar forças representativas dos anseios populares aos espaços de negociações.
Em seguida, observa que apesar das dificuldades, vivenciamos um ciclo de significativos avanços nos campos social, político e econômico brasileiro, como:
-a libertação do domínio dos USA
-o acerto de contas com o FMI
-a não implantação da ALCA no Brasil
-a liberdade de dialogar/negociar com países como China, Índia, Rússia, etc
-a liberdade de criar Projetos Econômicos independentes
-os diversos acordos firmados em Conferências
-diversas novas Leis favoráveis ao povo brasileiro, etc.
Finaliza sua fala lembrando que até aqui, muitas foram nossas lutas e conquistas e que mais uma vez é hora de ir para as ruas erguendo nossa voz para dizer qual a sociedade que queremos para nós e para nossos filhos, até porque, todos os setores que vivem da especulação querem retomar o processo de perda de direitos e é tarefa nossa impedir tal retrocesso!